quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Reflexões - Terceira semana. Fim de mais um ciclo!


Meu maior incentivo para escolher a profissão foi me inspirar em professoras que tive. Quando eu era criança achava o máximo minhas professoras e as imitava quando brincava de escolinha, sei que minha realidade era outra diferente do que vivi durantes essas três semanas de estágio.

Pensar sobre a educação envolve muitas coisas, que não só o ensinar, mas também as condições de ensino. Quando iniciei o estágio achei que iria ensinar, mas aprendi muito mais do que eu ensinei. Aprendi que um professor para um aluno poder ser uma mãe/pai, psicólogo, tio/tia, amiga, etc.; Aprendi que os laços que são construídos estão para além do tempo e que com os alunos você aprende de tudo principalmente sobre a vida, que as crianças são mais fortes do que nós pensamos e que enfrentam problemas que talvez eu nunca tenha passado.    
Durante esse período pude refletir não só sobre a minha profissão, mas sobre a vida, a pessoa que eu desejo ser e perceber o peso e a importância da educação na vida das crianças. Pude refletir sobre a importância de pensar sobre a prática, de não ir para a sala de aula apenas levar um conteúdo, mas despertar uma intencionalidade maior com a educação.
Não é possível mudar a educação em 15 dias, mas durante esses dias percebi que poderia ter feito muito mais! Porém fiz tudo que estava ao meu alcance. Amor não é tudo, mas pode ser tudo que uma pessoa tem, por isso deixo meu conselho para você que deseja ser professor, antes de tudo, exerça sua profissão com amor!
Gostaria de agradecer imensamente a escola que me acolheu, a minha professora de estágio por todo apoio, a minha parceira e amiga pela cumplicidade  e aos meus alunos, por todo aprendizado e vontade de tornar a escola um lugar melhor.





Reflexões- Segunda semana de estágio.


Depois da tempestade vem à calmaria. Defino minha segunda semana de estágio com esta frase. Depois da primeira semana cheia de insegurança e medo, começar à segunda semana foi mais tranquilo, apesar de ser a mais longa do período de regência.

            Quando nos adaptamos, temos a oportunidade se “sentar na janela” e aproveitar de todas as formas o que o estágio tem para oferecer, e dentre tantas maneiras, hoje escolho falar sobre o amor, sobre a relação professor e aluno, que sempre achei essencial para a formação, só não sabia o quão forte ela se tornaria em tão pouco tempo.
            Para Thomas Mann, “um professor é a personificada consciência do aluno; confirma-o nas suas dúvidas; explica-lhe o motivo de sua insatisfação e lhe estimula a vontade de melhorar”. Tudo isso só se torna possível quando a relação entre professor e aluno é estabelecida com base na confiança, quando o ato de educar se torna um ato de amor, onde um aluno não é só um aluno e assim, como o professor não é só um professor, é parte da vida do outro.

Durante minha segunda semana percebi e recebi inúmeras formas de amor por meio da educação. Essas formas se encontram em uma cartinha, em um coração no final do papel, em um sorriso por perceber o seu avanço, por se posicionar em um determinado assunto, por um abraço e até mesmo pelos olhares de satisfação e a vontade de estar na sala de aula.

Notei que para um professor todo trabalho é recompensado com um pequeno gesto de muito amor e o quanto a relação professor e aluno é vital para uma boa aprendizagem.









sexta-feira, 11 de outubro de 2019

FONTES PRÉ PROFISSIONAIS

Não me recordo muito bem, mas acredito que na minha época a escola já era direito de todos e dever do Estado, por isso, já havia escolas públicas e creches (muitas mantidas pela igreja católica). O uso das creches era para possibilitar emprego para os moradores da comunidade e para que as crianças pudessem ficar enquanto seus pais trabalhavam, a educação estava mais vinculada ao cuidar do que ao ensinar. Por isso, ainda hoje, encontramos principalmente nas creches a educação vinculada ao cuidar, estabelecendo uma certa resistência em enxergar aquele ambiente, como espaço de ensino-aprendizagem.
Comecei a estudar com três anos de idade, minha primeira escola se chamava Educandário Reino Infantil, que se localizava na rua (Princesa Isabel- Joaquim Romão), a mesma rua da minha casa. Por ser uma escola de bairro, sua estrutura era uma casa, onde os cômodos eram as salas de aula, era uma escola tradicional em que a afetividade sempre esteve presente.
Para Freire (2000), a leitura é a maneira de poder interpretar o mundo e poder interferir e modifica-lo através de uma ação. Sempre gostei de ler, para mim, a leitura estar muito além de apenas descodificar as letras, ela desperta no indivíduo, vários sentidos, e despertou em mim a imaginação e o amor pela educação.
Aprendi a escrever antes de ler. Na verdade, meu pai foi meu primeiro professor, pois no tempo em que ficava com ele na sua venda, ele ensinava a escrever meu nome.
O meu processo de alfabetização foi muito prazeroso e tranquilo. Fui alfabetizada pelo método silábico, de origem sintética. Neste método apresenta-se primeiro uma letra, associada a alguma figura e dessa figura surgia uma palavra, para depois as palavras e posterior os textos, ou seja, começa-se estudar pela menor parte (vogais, consoantes, as sílabas) para a maior (palavras, frases e textos) todas elas referente à sílaba trabalhada.
Apesar de este método ensinar de maneira fragmentada, não me impediu de ter um posicionamento crítico, porém limitou um pouco minha escrita, pois não compreendia como se escrevia determinadas palavras, refletindo na minha ortografia. Os assuntos trabalhados pelas minhas professoras sempre envolviam um pouco de lúdico contextualizando com o que aprenderíamos, o assunto era explanado, no entanto não compreendia o por quê de determinadas normas e regras. Por isso em muitas avaliações ( teste/provas) decorava para poder " passar de ano" , o método de avaliar ainda era por nota, tornando o ensino classificatório, limitando as habilidade e aprendizado a um valor de zero a dez.  Para Luckesi (2011), o ato de avaliar não se resume somente ao aprendizado do aluno, mas também ao ensino do professor, havendo uma relação de mútua , observando o aluno em todos os aspectos. Para que isso ocorra , é necessário que a avaliação aconteça em um processo contínuo, gradativamente.  
 Acredito que a maneira como aprendemos algo diz muito sobre a afinidade que teremos ao desenvolver determinada atividade e que para haver uma aprendizagem é necessária ter uma boa relação entre professor e aluno, pois a afetividade contribui no processo de construção do saber. Minha relação como meus professores sempre foi muito boa e foi essa relação de troca, carinho, cumplicidade que me fez despertar um olhar para a educação, pois me encantava com minhas professoras. Para FREIRE (1996): “O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento”. Percebia o cuidado e amor que os meus professores tinham pela a profissão e contemplava a importância da educação com afetividade, que contribuíram e contribuem até hoje na minha formação.

MEMORIAS DO ESTÁGIO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

“Escolha um trabalho que ame e não terá que trabalhar um só dia em sua vida”. Confúcio.

Inicio esta reflexão da primeira semana de estágio com essa citação que tem definido tão bem meu processo de formação. Disseram-me uma vez que o período de estágio é um período de decisão, se você vai realmente seguir a profissão que deseja, ouvia relatos um tanto absurdos e me questionava se aquelas situações eram possíveis, e eram!  Mas a diferença está no olhar de cada um.  Hoje vejo o período de estágio como um crescer profissional, que não se resume no profissional que eu vou ser, mas no que estou me tornando, porque se tornar, permite você refletir e apreciar a vista um dia de cada vez.


A minha primeira semana de estágio foi marcada por um misto de sensações e sentimentos. Senti medo, ansiedade e achei que não iria dar conta, de repente tudo que eu ouvia dentro da Universidade, como: “a prática é diferente da teoria” vieram à tona. A universidade nos ensina muitas coisas, como alfabetizar, as teorias, mas não nos prepara para situações distintas até mesmo da realidade que vivemos. Ao me deparar com a sala de aula, tive a oportunidade de sentir na pele o que muitos professores vivem, como por exemplo, a sala de aula lotada e sem ventilação adequada, alunos que não tem matérias escolares, como lápis, borracha, e mesmo com todas essas questões, ter que estar ali para ministrar aula e ainda estar atento aos olhares e sentimentos dos alunos.  Diante de todas essas situações passei a ver o estágio para além de uma prática, mas sim, como um campo de pesquisa e possibilidades, que em meio a tantas situações me faz refletir sobre aspectos para a melhoria da educação, e esta, está para além da prática do professor.

Quando fui para a escola sabia que iria dar aulas, mas não imaginava o quanto eu ia aprender e não só em ser professora, mas aprender sobre a vida. Em uma sala com vinte e quatro alunos, do 4º ano, com idade de 9 a 11 anos, meninos e meninas que vão para escola por vários motivos, mas que não tinham uma perspectiva de vida no olhar e não sabiam o “por que” de estar ali, me dei conta que ensinar é muito mais do que “transmitir” um conhecimento, é mostrar ao aluno novos horizontes e de nada adianta um bom planejamento se você não tem uma intenção maior, uma intenção de amor!

Sim, educar é um ato de amor e de cuidado. Nessa primeira semana compreendi que para tudo que fosse fazer teria que ser por um motivo maior do que o conhecimento, seria transformar a vida daqueles alunos com pequenos gestos de saberes significativos que estão para além da sala de aula.  E em meio ao o que alguns chamariam de “caos”, me senti em casa, ali era e é o meu lugar.