sexta-feira, 11 de outubro de 2019

MEMORIAS DO ESTÁGIO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

“Escolha um trabalho que ame e não terá que trabalhar um só dia em sua vida”. Confúcio.

Inicio esta reflexão da primeira semana de estágio com essa citação que tem definido tão bem meu processo de formação. Disseram-me uma vez que o período de estágio é um período de decisão, se você vai realmente seguir a profissão que deseja, ouvia relatos um tanto absurdos e me questionava se aquelas situações eram possíveis, e eram!  Mas a diferença está no olhar de cada um.  Hoje vejo o período de estágio como um crescer profissional, que não se resume no profissional que eu vou ser, mas no que estou me tornando, porque se tornar, permite você refletir e apreciar a vista um dia de cada vez.


A minha primeira semana de estágio foi marcada por um misto de sensações e sentimentos. Senti medo, ansiedade e achei que não iria dar conta, de repente tudo que eu ouvia dentro da Universidade, como: “a prática é diferente da teoria” vieram à tona. A universidade nos ensina muitas coisas, como alfabetizar, as teorias, mas não nos prepara para situações distintas até mesmo da realidade que vivemos. Ao me deparar com a sala de aula, tive a oportunidade de sentir na pele o que muitos professores vivem, como por exemplo, a sala de aula lotada e sem ventilação adequada, alunos que não tem matérias escolares, como lápis, borracha, e mesmo com todas essas questões, ter que estar ali para ministrar aula e ainda estar atento aos olhares e sentimentos dos alunos.  Diante de todas essas situações passei a ver o estágio para além de uma prática, mas sim, como um campo de pesquisa e possibilidades, que em meio a tantas situações me faz refletir sobre aspectos para a melhoria da educação, e esta, está para além da prática do professor.

Quando fui para a escola sabia que iria dar aulas, mas não imaginava o quanto eu ia aprender e não só em ser professora, mas aprender sobre a vida. Em uma sala com vinte e quatro alunos, do 4º ano, com idade de 9 a 11 anos, meninos e meninas que vão para escola por vários motivos, mas que não tinham uma perspectiva de vida no olhar e não sabiam o “por que” de estar ali, me dei conta que ensinar é muito mais do que “transmitir” um conhecimento, é mostrar ao aluno novos horizontes e de nada adianta um bom planejamento se você não tem uma intenção maior, uma intenção de amor!

Sim, educar é um ato de amor e de cuidado. Nessa primeira semana compreendi que para tudo que fosse fazer teria que ser por um motivo maior do que o conhecimento, seria transformar a vida daqueles alunos com pequenos gestos de saberes significativos que estão para além da sala de aula.  E em meio ao o que alguns chamariam de “caos”, me senti em casa, ali era e é o meu lugar. 






2 comentários:

  1. Um relato claro e verdadeiro sobre aquilo que passa um professor dentro da sala de aula. Meus parabéns, ótima reflexão !!

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  2. Que felicidade em ler sua narrativa. Mulher de coragem que sabe enfrentar as dificuldades e seguir em frente. A escola é essa, o país é esse e é com ele que temos que caminhar. Parabéns!

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